Fui olhar as estrelas
e o destino me constipou.
Sem dó nem piedade
o que era raro, partiu.
O brilho, esvaiu.
Fiquei aqui sozinho,
sonhando que estava desperto
naquela noite límpida de sono,
naquele desejo de acordar
cada sonho que não sonhei.
Vejo apenas o que não é para ser visto
ou sentido. Que importa?
Sentir nas sombras ou não sentir,
dormir, apenas − já é tarde.
Tempo é para a morte
a sorte que nunca tive,
se morresse agora e partisse
talvez o sonho me deixasse
ou talvez eu não existisse
ou nada disso que julguei real
não me deixasse partir sozinho.
A vida é uma grande ilusão.
Pudera nascer novamente
para olhar essa certeza desde o princípio.
Não pude, não quis e não soube,
quando o sonho nasceu,
arrancá-lo como erva daninha.
Deixei viver a realidade
e acreditei sentir quando estava a sonhar
e a pensar, em cada desejo,
como se fosse parte do meu viver.
Hoje, vivo apenas para morrer
um pouco a cada dia,
um sonho a cada dia,
e fazer crescer essa certeza mórbida
que no medo, no receio, e na dor,
deixa em mim apenas o nada
preso a esse coração gelado.
JPJ
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